O "Parque das Nações" e as multidões...

Quarta feira, 4 de Abril de 2007, 19:00h...

Milhares de pessoas invadem o "Parque das Nações", em particular o conhecido "Pavilhão Atlântico" para ver a famosa cantora colombiana, Shakira, cantar e... "abanar as ancas".

O neurónio faz parte desse numeroso grupo que se desloca ao pavilhão, não sabendo ainda o que o aguardava, mas já antecipando de certa maneira algumas situações.

20 000 pessoas... milhares de carros... uma sala de espectáculos esgotada... O "Parque das Nações"... que é que pode correr mal?

A resposta meus amigos, resume-se numa só palavra: TUDO.

Não é segredo para ninguém que o "Parque das Nações" (ou "Expo 98" como ainda é referido em algumas placas de sinalização), tem um sistema de ruas, cruzamentos e semáforos... digamos que... "ligeiramente diferente" do que poderia ser considerado "normal" e quem sabe, "práctico" e / ou "eficiente".

Para quem se desloque ao centro comercial "Vasco da Gama" num qualquer dia normal (especialmente aos fins de semana) pode constatar que as acessibilidades não são das melhores, quer na entrada para o centro quer nas suas saídas e ruas circundantes.

Agora, imaginem essa afluência normal de consumidores, multiplicada, criando um fluxo anormal de visitantes.

Claro que não pode dar certo.

Começando pela (tentativa de) entrada no parque da "Gare do Oriente", (antecipando já eventuais problemas em colocar o carro no parque do "Vasco da Gama"), logo aí começam os problemas, com o parque já em lotação esgotada. De referir que o sinal do parque mencionava que este estava "livre", e só depois de entrarmos na rampa de acesso (sem possibilidade de sair dali, a não ser seguindo em frente) é que somos informados por um funcionário que o parque está cheio, e que temos que seguir caminho.

Tem lógica... vamos informá-los quando estiverem quase quase a entrar no parque, e não antes da entrada, como seria mais acertado.

Aí foi o inicio da nossa aventura. O neurónio viu-se obrigado a ir para o parque do centro comercial (o estacionamento no exterior era impraticável), para o piso -3, já que os outros também estavam na sua máxima capacidade. A partir daqui, podem já imaginar como foi a saída de todos estes carros do referido parque, mas já lá vamos.

Entrada foi feita com relativa rapidez, e o carro foi devidamente estacionado.

Seguiu-se então a entrada no pavilhão, onde a nossa amiga Shakira inicia o seu concerto com meia hora de atraso.

Deixarei o comentário sobre o espectáculo para outra crónica, avançando para o momento da (tentativa de) saída de milhares de pessoas do parque de estacionamento.

1 - O momento da "surpresa" - As filas para as caixas de pagamento do parque prolongam-se por vários metros, percorrendo em alguns casos toda a extensão das passadeiras rolantes e mais ainda.

2 - O momento do "desespero" - A espera para chegar a vez de meter a moeda na máquina, que nos permitirá sair do caos (pensa o ingênuo automobilista), qual "bilhete mágico".

3 - O momento do "vale tudo" - As melhores tácticas / estratégias de fuga são planeadas ali no momento, e o conceito de "fila" deixa de ter sentido, levando cada um a criar uma rota alternativa que vai convergir para um só destino: a máquina de pagamento.

4 - O momento do "alívio" - Eis que é efectuado o pagamento. Agora "só" falta tirar o carro do parque.

5 - Momento do "desespero", parte II - O "ingênuo automobilista" encara a fria e cruel realidade... Tão cedo não sairá do parque. O tempo passa... os 10 minutos transformam-se rapidamente em 30 minutos e estes (não tão rapidamente) transformam-se em... 60 minutos. Mais tácticas brilhantes são planeadas e executadas no momento, e o "vale tudo" é mais uma vez posto em prática, levando os condutores a tentar qualquer caminho (mesmo em sentido contrário) para sair do inferno (toxico) subterrâneo.

6 - O momento da "fuga" - A luz ao fundo do túnel... É agora, a saída. Finalmente o contacto com o mundo exterior e o ar "puro". A saída leva à estrada em frente ao "Pavilhão Atlântico". A "sorte" do condutor é que já as milhares de pessoas foram escoadas do pavilhão, senão seria um encontro interessante de condutores e pedestres. Mesmo assim, há que planear a melhor rota para não cair na armadilha de caos automobilístico que se instala nas ruas / cruzamentos / rotundas situadas nas imediações do "Vasco da Gama". Para quem lá se encontra, é o regresso ao "passo 3" desta lista, com a diferença no destino que agora já não é a máquina de pagamento.

7 - O momento do "alivio" parte II - O condutor finalmente, e após uma hora de tormento, vai a caminho do conforto do seu lar doce lar.

Portanto meus amigos, e em resumo: "Parque das Nações" e Multidões... Simplesmente não combinam. Não sei quem elaborou os acessos, os cruzamentos e as rotundas e também colocou os semáforos quase de 10 em 10 metros, mas para essa(s) pessoa(s), um pensamento:

Um dia, aquela zona vai estar intensamente povoada (custa-me um bocado a acreditar nisso)... diariamente. Como será nessa altura? Será esta lista um conjunto de procedimentos diários para quem passe por lá??

A futuro o dirá.

Quanto a nós, vemo-nos no próximo concerto.

RMS

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