SLB, o problema...

Para os meus neurónios benfiquistas uma crónica que li na Bola...
 
"FUTEBOL joga-se na relva — e na alma. Logo, como Desmond Morris explicou: bom treinador tem de ser psiquiatra, hipnotizadas e bruxo — que transforme cínicos em possessos dispostos a dar, com os pés, a vida por ele. Se não o for pode ser o bode expiatório que a tribo descobre para lhe purificar o sangue contaminado de angústia. Não sei se Camacho foi isso — ou se antes foi vítima de outra sina: que só se salva o treinador que mantiver os cinco jogadores que o odeiam afastados dos seis que ainda não decidiram odiá-lo. Mas sei que o seu problema, o grande problema do Benéfica, são os próprios benfiquistas, os benfiquistas que julgam que para ganhar campeonatos basta evocarem-se grandezas e glórias passadas ou soprarem-se a alta voz apitos dourados, que, em nuvens de fumo, vão encobrindo erros seus, más fortunas, humores ardentes. Os benfiquistas que mal eles, como outros antes deles, chegam à Luz, vêem, sebastiânicos, um Makukula na ilusão de Eusébio ou um Bínya na presunção de Mário Coluna. Os benfiquistas que não estranham que a equipa se arraste, insolente, pelo campo e passe mais tempo na enfermaria do que no relvado, amolgada por lesões... musculares. Os benfiquistas que aceitam, "inebriados, que perceber de futebol interessa pouco a quem manda, que importante é vencer as ligas das finanças e do marketing em megalomanias de kits a espalhar-se pela América ou pela China. Por isso acho que ou Rui Costa toma de imediato o papel que lhe está destinado, não como n.º 10 que joga caca vez mais lembrando decorador de interiores numa casa em ruínas, mas Gamo o Homem do Futebol — ou o Benfica continuará o que tem sido: cemitério de treinadores, por muito bons cite sejam. E enquanto isso vai o dragão em fogo cantando e rindo..."

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