O futuro musical chegou?

Já muitos filmes previram o futuro. Regra geral costuma ser algo apocaliptíco e sombrio e até à data poucos acertaram nas suas previsões, com algumas excepções, como por ex em "Regresso ao Futuro II", onde alguns objectos futurísticos nessa época (e não só), fazem hoje parte do nosso quotidiano.

Já outras ideias de outros filmes não foram tão "vencedoras", felizmente, como um tópico comum em muitas histórias que são os famosos "uniformes iguais" para todos os cidadãos. Por enquanto ainda vamos tendo alguma individualidade.

Mas voltando ao restrito clube dos que acertaram parcialmente nas previsões, venho falar-vos hoje de uma película que poderá ter caído caído no esquecimento dos amantes de cinema: "Demolition Man" de 1993 (ou "Homem Demolidor"), com Sylvester Stallone, Wesley Snipes, uma iniciante Sandra Bullock e Denis Leary entre outros.

(Muito) Resumidamente, o enredo gira à volta de um polícia (Stallone) e um "mau do piorio" (Snipes) que são congelados numa época e descongelados noutra, onde iniciarão uma luta sem tréguas até que um deles desapareça do mapa... para sempre. Adivinhem qual vai ser?

Na altura estava longe de imaginar que uma determinada cena, com algum humor, poderia ter algum destaque. Por isso, o que terá despoletado em mim essa lembrança? Que aspecto futurístico desta história poderá estar a passar-se no nosso "velho" tempo presente? Não é preciso pensar muito... basta ouvir.

Nessa cena específica, dois personagens estão no carro a ouvir alegremente uma estação de rádio que passa grandes êxitos musicais, para grande desespero de "John Spartan" (interpretado por Stallone).


Porquê esse desespero? E que ligação tem isso com os nossos dias? Penso que já adivinharam, após verem este pequeno vídeo. Os "grandes êxitos" são... canções de anúncios.

Ora, ao ouvir determinadas músicas que passam em algumas estações de rádio nacionais, a memória desta cena começa a ser cada vez mais forte, e esta começa perigosamente a afastar-se do campo da ficção e a aproximar-se do campo da realidade.

É impressão minha, ou hoje uma parte significativa das músicas, e bandas, de sucesso estão relacionadas precisamente com anúncios (especialmente no campo das telecomunicações) que passam na tv?

Primeiro surgem alguns acordes de uma música durante o anúncio, depois à medida que este começa a ter algum sucesso comercial, começamos a ouvir trechos mais longos da canção, até que por fim... conhecemos a banda responsável, "pessoalmente", bem como a versão completa da sua "obra prima musical". Escusado será dizer que daí até à sua presença quase constante em alguns tops musicais, é um pequeno passo.

Portanto, dito isto, interrogo-me: Será que daqui a uns anos vamos todos ser os personagens desta cena, que em casa ou no carro, cantam alegramente grandes êxitos musicais... de anúncios?

Da minha parte espero bem que não. Tremo só de pensar nisso. Felizmente a maior parte destes grupos desaparecem tão depressa como aparecem.

Mas na outra face da moeda, parece que afinal existem várias versões de "futuros apocaliptícos".

E aproximam-se a grande velocidade.

RMS

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Não fica mais real que isto

O que é que eu estava a ver?

Evolução nos telemóveis (?)