O Rock não tem idade

"A idade do rock" é um pouco de tudo: Filme, musical, história de amor, comédia, acção... é tudo isto e muito mais, misturado com boa dose de música "clássica" dos anos 80.

Desde Bon Jovi, até Guns n Roses, passando por Def Leppard, Extreme, Poison, Joan Jett, Scorpions e muitos outros, todos os grandes hinos dos "eighties" estão lá.

Além da componente musical, este filme vive também de um forte aspecto visual, recordando a moda que imperava naquela altura.

Tom Cruise é Stacee Jaxx um cantor que esgota qualquer recinto onde toca, mas ao mesmo tempo está a chegar ao fim da linha. Embora não sendo a personagem principal, assim que aparece, a sua interpretação deste "rocker" / Deus do rock complemente bêbado e louco acompanhado pelo seu macaco de estimação, rouba logo a cena.

Na verdade a história centra-se no romance vivido pelo actor Diego Boneta e a actriz Julianne Hough. Nenhum deles tem uma carreira cinematográfica de destaque, embora ela tenha tido mais protagonismo na sua do que ele.

No entanto estes dois "principiantes" além de estarem bem acompanhados por Cruise, também têm a companhia de um forte naipe de actores "secundários", tais como Alec Baldwin (em mais uma excelente interpretação), Catherine Zeta-Jones (muito flexível) e Paul Giamatti. Estes por sua vez são "assistidos" por Russell Brand, num papel feito mesmo à sua medida (será que a experiência da relação com Katy Perry ajudou-o neste papel?) e pela cantora, com uma excelente voz, Mary J Blige.

Como já referi, a história centra-se então nestes dois jovens desconhecidos e na sua relação romântica que tem os seus altos e baixos. Ela é a rapariga da terra pequena e ele o rapaz de cidade que quer ser uma estrela. Baldwin tem um pequeno clube em decadência, juntamente com Brand e só um grande espectáculo os poderá salvar da falência que se aproxima a passos largos. Como se este desafio não fosse suficiente, ainda têm que lutar contra o moralismo da personagem de Zeta-Jones que quer limpar a cidade dos maus costumes, começando justamente pelo clube referido.

No meio disto tudo, qualquer momento do filme é bem aproveitado para que as personagens comecem a cantar as músicas que todos os que viveram aquela época, bem conhecem. À excepção de Mary J Blige, nenhum dos "peso pesados" do filme tem experiência como cantor, mas isso não os impediu de darem grandes interpretações de temas míticos, especialmente no caso de Tom Cruise.

Embora de vez em quando comecem a cantar "do nada", as músicas são bem escolhidas, e quem conhecer bem as letras (ou acompanhar pelas legendas), irá reparar na sua ligação à cena em questão e ao filme na sua globalidade.

Não pensem que se trata de um mega-episódio de "Glee" para um público mais adulto, embora esse seja claramente o público-alvo. Aqui há mais do que isso. Os fãs da série televisiva musical talvez não apreciem tanto este filme e não entenderão algumas das cenas e o seu contexto, mas mesmo assim pode ser que ainda se divirtam um bocado.

Trata-se claramente de uma obra sem complexos, bem disposta e que certamente irá proporcionar uma viagem no tempo ao espectador. E se não o puser a "cantarolar" acompanhando os personagens (nem que seja no refrão de cada música), fará certamente pelo menos bater o pé e ajudar a marcar o ritmo.

A idade do rock? Ainda está na adolescência... tem muito para crescer.

Rock is not dead

RMS

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