Spider Man no Psícólogo...


Ontem tive a oportunidade de assistir ao "filme mais caro de sempre", até hoje, claro...

Falo obviamente de "Spider Man 3". Mais uma vez, Tobey Maguire regressa como a aranha mais famosa do cinema. Em sintonia com a 2ª parte desta trilogia, o nosso herói parece mostrar que precisa de umas sessões com o "Dr Phil" (Psicólogo Americano, para quem não conhece).

A vida corre bem a "Peter Parker" / "Homem-Aranha", até ao momento em que os problemas surgem: Com a namorada, com os amigos, com o trabalho, e como não podia deixar de ser... com os vilões.

História à parte, em termos de efeitos especiais, nada a criticar. A perfeição atinge novos limites neste filme. A construção do vilão "Homem-Areia" está fabulosa, e os outros efeitos especiais (que podem passar despercebidos) também estão magnificos.

O filme globalmente é satisfatório, embora tenha alguns momento "mortos", que são uma consequência cada vez mais geral do facto de os realizadores de cinema tentarem "humanizar" os heróis (especialmente) de banda desenhada.

Agora a "moda" é introduzir-lhes "profundidade psicológica" para que nós os espectadores nos identifiquemos com eles, esquecendo por vezes as razões que levaram ao sucesso destes personagens: A luta do bem, com o mal. E é mesmo tão simples como isso.

Quando o filme "embala" nas cenas de acção e ganha velocidade, nada parece parar o "homem-aranha". Cenas bem filmadas, lutas espectaculares, velocidade "sempre a abrir"... Tudo o que um bom filme de acção necessita. Mas de repente e sem aviso, tudo pára, para "Peter Parker" desabafar e questionar a sua vida, e mostrar-nos os seus problemas... psicológicos.

Entende-se portanto, a longa extensão do filme (154 min, se não estou em erro).

Percebe-se que há uma tentativa de tentar fazer um filme diferente dos típicos filmes de acção em que o personagem principal limita-se a distribuir pancada por tudo e por todos. E isso até é bom. Penso que realmente deve haver uma evolução neste tipo de histórias. O problema é encontrar um equilíbrio.

Para não baralhar mais, resumidamente, penso que é um filme a ver quanto mais não seja para ficarmos a saber como foram aplicados os milhões de dólares no "filme mais caro do mundo", e é claro, ver como são unidas todas as pontas soltas que vieram dos outros dois filmes.

Uns gostarão, e outros não... Mas será sempre assim para qualquer filme.

Como nota final, e num assunto não relacionado com o filme, alguns pontos importantes:

1 - Continua a assistir-se cada vez mais à má educação de certos selvagens que habitam nas nossas salas de cinema, que é demonstrada em certos actos como o "falar como se estivesse em casa" e o famoso "rodar das pipocas no balde". Infelizmente não parece haver travão para isto, e o neurónio começa a ponderar apostar mais no mercado de aluguer, onde o conforto e a qualidade são melhores.

2 - Parece que agora a política de intervalo nos filmes aplica-se aos que têm uma duração considerada "longa", por isso preparem-se para (sem aviso) verem o filme ser interrompido, e passado uns minutos (também sem aviso) ser de novo retomado. Parece que os proprietários da sala cada vez mais desprezam os espectadores e não se importam com o que pensam, a não ser quando reclamam da fraca assiduidade ás suas salas.

3- Para finalizar, para quando o suporte digital nas salas de cinema? Até quando teremos que ver riscos em filmes acabados de estrear?

E é tudo. Bons filmes, e cuidado com a teia da aranha.

RMS

Comentários

Pedro Gonçalves disse…
Caro Neurónio,

Deixe-me primeiro deixar aqui um sincero elogio ao excelente trabalho que tem feito com o seu blog. É divertido e educativo. Tem sido um prazer acompanhar o percurso do Neurónio Solitário.

Agora um comentário a este post.
Nota-se que o neurónio não é fã das aventuras Marvel e afins. Todos os herois de acção de BD com mais sucesso têm sérios e profundos problemas psicológicos com que se debatem diariamente. Estes problemas têm como objectivo a identificação do leitor com o heroi e dar profundidade e continuidade ao enredo.

O homem-aranha (spiderman) tem vários desses sintomas:
- Culpa de ter deixado o tio morrer nas mãos de um bandido que podia ter apanhado.
- Medo de que os bandidos magoem as pessoas que ama.
- Sente-se injustiçado pelos media que o vêm tambem como um vilão.
- etc ...

Assim sendo o realizador está a tentar aproximar-se dos leitores. Não devemos esqueçer que o spiderman é o heroi que mais revistas vende.
Neuronio disse…
Obrigado por tão excelente comentário.

Quero só referir que a apreciação global a este filme, por parte do neurónio, foi positiva, como se pode concluir pela crónica :o)

Um grande bem haja

RMS
Pedro Gonçalves disse…
O meu comentário visa focar que os herois precisam de ter problemas para os humanizar. Não é apenas uma moda, é já uma fórmula antiga.
É natural que os realizadores tentem ser fieis á personagem da BD para não ofender os puristas.
Compreendo tambem que possa ser enfadonho quando representado num filme.
Neuronio disse…
Nada de mal nisso, quando não há demasiados "momentos mortos" como foi o caso deste filme.

Excelentes cenas de acção são repentinamente "quebradas" por longos períodos de reflexões psicológicas.

Tudo bem que haja momentos com menos movimento. Até torna o filme diferente, e isso é bom, porque senão seria "mais um filme de acção".

Não critico tanto as cenas "psicológicas" mas é mais a duração das mesmas...

RMS

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