Feira do... livro?
Como tem sido tradição, a cada nova edição da “Feira do
Livro” lá vou eu percorrer os longos corredores, tentando ver quais as
novidades literárias, e quem sabe comprar um livrinho ou dois.
Fazer estas visitas ao longo dos anos tem-me permitido
acompanhar a evolução da feira a vários níveis, e este ano cheguei à conclusão
que, a este ritmo, a próxima edição bem poderá chamar-se “Feira do Livro /
Comida”.
A invasão das bancas de comidas (petiscos – por enquanto),
bebidas, cafés, gelados, farturas, etc, avança a passos largos neste mundo dos
livros.
Bem sei que há espaço para toda a gente e até pode saber bem
comer ou beber alguma coisa, mas espero que
não haja risco da Feira perder a sua identidade. Espero que aqui,
“moderação” venha a ser a palavra-chave.
A juntar a isto, tem sido já constante uma outra prática que
veio das edições passadas: “Estrangular” os visitantes (não se preocupem,
ninguém vos vai apertar o pescoço).
Sensivelmente a meio do percurso, entramos num grupo de editoras que obrigam a multidão a
“afunilar-se” para passar por uns detectores anti-roubo (que estão quase sempre
a tocar o alarme), qual estrangulamento no “garrafão” da ponte sobre o Tejo. E
para “ajudar”, parece que o pessoal escolhe como pontos estratégicos essa
estreita passagem para pararem e porem a conversa em dia, coisa que não
acontece na ponte.
Este “estreitamento” não acontece só num ponto, mas sim em
quatro… dois de cada lado do espaço (entradas / saídas). E depois a “cereja no
topo do bolo” é que se quisermos comprar algum livro, temos outro
“afunilamento” em direção a uma “caixa central” onde estão centrados os pagamentos das várias bancas, ao contrário
do que acontece fora desse espaço onde podemos pagar o livro no sítio onde o
adquirimos.
Esta situação ocorre com mais intensidade, como é óbvio,
durante o fim de semana, quando há mais tempo livre por parte das pessoas.
Resumindo, por enquanto ainda posso dizer que fui à “Feira
do livro” que ainda detém a maioria do espaço. Mesmo com estes pormenores,
ainda é um bom passeio mesmo para quem não seja um leitor frequente e que os
chamados “preços de feira” não compensem. Recomendo que vão durante a semana,
se puderem, claro. Certamente o cenário será diferente do que descrevi, pelo menos parte dele.
Vamos ver como será o “duelo livro – comida” para o ano. Aposto
nos primeiros.
Boas leituras
RMS
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