Jamaica


Saudações a todos os neurónios...

Após uma pausa, o neurónio está de volta e desta vez vindo das caraíbas, mais propriamente da Jamaica.

Para quem não conhece esta ilha, aqui fica uma "pequena" crónica, que poderá ajudar aqueles que estejam a pensar um dia "dar um saltinho" até lá.

Como poderão ver na nossa crónica, nem tudo foi "no problem", como é o lema muito seguido e dito pelos habitantes da ilha. Comecemos então:

O AVIÂO (companhia "Air Plus")

Preparem-se viajantes, para uma longa viagem de 9 horas, e isto só até Samaná. Aí, é feita uma pausa de 2 horas em que temos que permanecer dentro do avião, com o ar condicionado desligado. Ou seja, uma pequena "sauna" para nos irmos habituando.

A refeição a bordo foi razoável, melhor na ida que no regresso.

Os lugares, como já referi, são minimos. Portanto, mais recomendáveis para passageiros magros e baixos.

A diferença de preço para a "primeira classe" é muito elevada e não compensa, na minha opinião. São lugares relativamente melhores, mas nada de especial.

Chegando ao destino final somos confrontados com uma série de papeis para preencher. Portanto, importante levar uma caneta.

TRANSPORTE PARA O HOTEL

Uma viagem relativamente rápida de 1h, onde pudemos observar o comportamento do típico condutor Jamaicano (condutor da nossa camioneta, incluído).

O condutor Jamaicano, é um condutor que podemos chamar de... destemido. Os obstáculos para ele, como por ex, outros condutores... "no problem". A condução é feita em ritmo acelerado, sempre na faixa da esquerda, ao contrário de nós.

Ultrapassagens alucinantes, num ritmo rápido caracterizam bem o estilo do verdadeiro condutor.

Habilidade também é um bom requisito para se conduzir na Jamaica, pois a ilha está literalmente para obras, devido à organização do campeonato mundial de "Cricket" que se irá realizar lá no próximo verão.

As estradas tornam-se verdadeiros campos de obstáculos, pois não há estrada onde não estejam a ser realizadas obras, obrigando os condutores a serem algo criativos na escolha do seu percurso, e habilidosos para se desviarem dos outros veículos, já que por vezes pode acontecer que o trânsito em ambos os sentidos tenha que partilhar a mesma faixa de rodagem.


O HOTEL (Bahia Principe)

No melhor pano cai a nódoa, já nos dizem os ditados populares. E este hotel é um bom exemplo de como um bom estabelecimento pode perder a sua credibilidade em apenas uns dias.

Já habituado à excelência dos "bahia principes" onde fiquei alojado no passado, este revelou-se um verdadeiro desastre em termos de organização.

Muitas infra-estruturas ainda em fase inicial de construção, obras já concluídas a serem emendadas, e algumas ainda sem sequer haver um único bocado de cimento visível.

Assim é o ?Bahia Principe? da Jamaica. Um hotel que nos é apresentado como 5 estrelas, superior... Mas que está longe disso.

Nota-se que ainda é muito cedo para receber hóspedes. O pessoal não está preparado, as instalações não estão preparadas, ainda está tudo muito a trabalhar a um ritmo lento, bem ao estilo Jamaicano..
Aquando da chegada e nos dias seguintes, ainda não existia informações sobre actividades no hotel, nem outras como por ex números de telefones úteis dos serviços do hotel, informações sobre o próprio hotel, ou mesmo sobre previsão do tempo, como é habito nos outros "Bahias" onde já fiquei hospedado.

Mesmo o mapa do hotel, era inexistente. Ao invés disso, foi distribuída uma fotocópia de má qualidade em que mal se percebia o desenho.

Voltando ás infra-estruturas, existem por ex restaurantes ainda não terminados (como o restaurante de peixe / marisco). Os restaurantes já terminados, ainda precisam de alguns reparos.

Falando em restaurantes, prepare-se o viajante para enfrentar um clima rigoroso, muitos graus abaixo da temperatura exterior. Uma característica comum a todos os restaurantes. Convém algumas roupas quentes quando se vai saborear qualquer das refeições.

Em relação aos jantares, convém seguir o código de etiqueta do hotel, caso contrário poder-lhe-à ser barrada a entrada. De referir que esta situação só aconteceu nos últimos dias da nossa estadia, pois os hóspedes não dispunham dessa informação. Atenção que este código aplica-se também a crianças.

A comida, essa no entanto, mantém a qualidade de excelência que já se esperava.

Para quem quer disfrutar da praia, irá notar algumas diferenças com outros paraísos tropicais, logo a começar pelo enorme estaleiro de obras lá montado.

A fazer concorrência ao barulho calmo e suave das ondas, temos o barulho das máquinas e homens que ali trabalham, separados de nós apenas por uma lona.

Sobre estes trabalhadores, e como curiosidade, durante a estadia pode-se observar verdadeiras acrobacias em cima dos telhados, onde a segurança dos homens estava mesmo literalmente "por um fio" (ou uma corda, neste caso).

As famosas areias finas das caraíbas são ali substituídas por praias rochosas, e areia que mais parece que foi posta ali. Fica a dúvida sobre se estava na presença de uma praia natural ou não.

Nas características de uma praia tropical, apenas a água faz justiça ao seu nome. Uma temperatura excelente, e profundidade que nos permite caminhar dentro de água, algumas dezenas de metros, mantendo a água ao nivel dos nossos joelhos.

O famoso serviço "24 horas snack" (quem for frequentador dos outros "Bahia Principe" saberá do que estou a falar) ali, simplesmente não existe. Ainda está a ser terminado o bar de praia, e para quem queira livrar-se dos grãos de areia no corpo e do sal da água, a única hipótese é mesmo fazer uma caminhada até aos chuveiros da piscina, que ainda se encontram localizados a uma distância razoável.

Falemos agora do quarto. Neste pormenor, até tive sorte, a julgar pelas inúmeras queixas que existiram, algumas por mim presenciadas. Houve mesmo alguns hóspedes que abandonaram o hotel para irem para outro.

No quarto, o espaço é abundante. A casa de banho dispõe de banheira e uma cabine de duche. Esta dispunha de uma porta de vidro que estava mal colocada, não permitindo que fosse fechada completamente, e mesmo arriscando-se a cair a qualquer altura..

Dispunha de uma boa quantidade de toalhas, ao contrário do que aconteceu com outros hóspedes, que nem sequer uma tinham.

Dia a dia pequenos pormenores iam surgindo no quarto, tais como balde de gelo, caixote de lixo, papel na mesa de cabeceira com os já referidos números dos serviços do hotel, etc...

Para o hóspede mais exigente com o seu descanso à noite, especialmente se o recolher for a uma hora mais cedo que o habitual (como acontecerá certamente devido à diferença horária), sugiro os quartos que não estejam virados para o espaço comercial do hotel, como foi o caso do meu, onde para além dessa vista, tínha também uma excelente visão da praia.

No entanto, e à noite, o preço por essa vista, era ser presenteados com a música vinda dos concertos da zona comercial. Música essa que tinha uma boa quantidade de décibeis, o suficiente para entrar pelo quarto adentro. Nem as grossas portas da varanda o impediam. Para quem não tenha sono pesado, irá certamente prejudicar o relaxamento nocturno.

Ainda sobre esta zona de comércio do hotel convém referir que ao fim da tarde / príncipio de noite, grande maioria das lojas estão fechadas (exceptuando a que está mesmo no interior do hotel).

Um ponto inportante a referir sobre a parte eléctrica do quarto: Possui tomadas com sistema americano e europeu. Ou seja, não irá precisar de adaptador de corrente. Mas pelo sim pelo não, é melhor levar um.

Na lista de canais da TV, existe a RTP internacional.

A limpeza do quarto consistia em fazer a cama, passar uma esfregona no chão (incluindo casa de banho, consistindo só isso na limpeza da mesma), e substituição de toalhas.

Fora do quarto, e fazendo mais uma vez referência às infra-estruturas do hotel, de referir que só existe uma piscina, mas ampla o suficiente para podermos estar à vontade.

Para concluir este ponto, o "design" do hotel é bem diferente ao que estamos habituados em relação aos outros desta cadeia. O sistema de "moradias" é substituido por edificios altos, e não há necessidade do "comboio" que nos transporta de um lado para o outro, pois o espaço é mais pequeno (por enquanto).

EXCURSÔES

Das várias excursões que foram apresentadas, posso destacar três:

? DUNN?S RIVER / OCHO RIOS

"Dunn?s River" é o ideal para os mais aventureiros, pois consiste em "escalar" uma cascata, num percurso que anda à volta dos 350 metros. O "escalar" aqui não implica claro ter noções de alpinismo, mas ainda se faz um bocado de ginástica. É cansativo, mas divertido e emocionante. Leve a máquina fotográfica. Embora não a consiga usar no percurso, o guia levará todas as máquinas dentro de um saco de plástico, e em determinados pontos estratégicos ele irá usar a nossa máquina para que fiquemos com uma boa recordação.

Já em "Ocho Rios", este revela ser apenas um enorme espaço comercial, para gastarmos os nossos dólares. Sobre este ponto, podemos referir que podemos usar dólares Jamaicanos ou americanos. Como referência podemos dizer que 100 dólares jamaicanos correspondem a mais ou menos 82 cêntimos do euro. Portanto não se assuste com os elevados preços nas etiquetas dos produtos. Algumas estarão em dólares americanos.

? NEGRIL + CATAMARÃ

Dividido em duas partes, de manhã faz-se um passeio de catamarã até ás grutas dos piratas. É divertido, e um bom passeio. A embarcação pára ao pé das grutas, e podemos nadar até elas. São fornecidas máscaras de mergulho, tubo para respirar e colete salva-vidas. Recomendado.

A partir daqui, e no regresso, o resto do passeio começa a ser um bocado desilusão.

A começar pelo almoço. No fim da viagem de catamarã, desembarcamos numa praia, onde nos é servido um almoço numa barraca de praia. Uma fraca selecção, onde nos foi dado a escolher frango, massas e peixe. Bebidas: só água.

Daí, e após um almoço de 45min, seguimos para o "Rick?s Café", onde supostamente foi rodado o clássico filme "Casablanca", No filme o dono do café era o personagem "Rick" interpretado pelo famoso Humphrey Bogart.

Este café revelou ser apenas isso mesmo. Um simples e normal café, sem nada de interessante para ver. Apenas um "espectáculo" em que do alto de uma enorme árvore, um jamaicano se iria atirar para o mar, isto a troco de uns dólares que o seu companheiro, em terra, ia pedindo aos turistas. Este salto não chegou a acontecer, não pude entender bem porque razão, mas de qualquer maneira o dinheiro foi devolvido.

Atenção aos preços no café. Uma simples garrafa de água de meio litro pode custar a "módica" quantia de ... 3 dólares... e não são jamaicanos.

Esta foi a excursão mais longa. Saímos de manhã cedo do hotel e só regressámos pelas 19:30. Só vale mesmo a pena a parte da manhã.

? ROSE HALL + MONTEGO BAY

Excursão interessante. Visita à casa da "Bruxa Branca" Annie Palmer. Praticante das artes do voodoo, Annie tinha uma enorme mansão onde pôde "despachar" (leia-se: assassinar) três maridos, uma quantidade incerta de amantes e outra tanta de escravos.

Supostamente assombrada, esta mansão torna-se um passeio interessante. Infelizmente é de pouca dura, já que mal acaba a excursão temos que ir logo para o autocarro, não nos dando muita liberdade de movimentos.

A mansão em si é interessante. Conservada ao estilo da época. Ainda se pode ver o túmulo onde a "bruxa" foi enterrada. Não adianto mais pormenores da história, pois será sempre melhor permanecer um mistério para quem visita a casa pela primeira vez.

Na "casa das recordações" pode-se adquirir entre outras coisas uma bonequinha voodoo.

Finda esta visita, como já referi, somos logo reencaminhados para o autocarro onde seguimos para um mercado em Montego Bay, ou seja, uma sucessão de barracas de vendas de vários produtos, todas seguidas umas ás outras.

Aqui, como ía num grupo relativamente pequeno, e durante o percurso umas pessoas vão-se separando das outras, o turista torna-se logo um "alvo" para os comerciantes que (sem incomodarem) nos convidam logo a ver os seus produtos, por onde passamos. Apresentam-se, dizem logo que estão à nossa espera para nos mostrar o que têm para vender, e coisas assim.

Em resumo:

A estadia não foi exactamente o que já se estava habituado dos outros hotéis desta cadeia. Ficou uns "furos" abaixo das expectactivas, ainda por cima porque era apresentado como "5 estrelas de luxo".

Na modesta opinião do neurónio, este estabelecimento ainda precisa de mais uns 6 meses a um ano para estar tudo a 100%, é o que parece.

Comparando este destino com por ex o México, e a Rep. Dominicana, recomendo para excursões o México e para descanso (e também para ficar no melhor dos três hotéis), a República Dominicana.

E é tudo

Boas férias se for caso disso.

Agora... back to the real world

O neurónio viajante,

RMS

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