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Alguém pode informar-me porque é que temos três noticiários, à noite?
Os espectadores que gostam de estar bem informados, já tiveram oportunidade de observar em alguns dias o alinhamento de histórias com que os noticiários dos canais generalistas nos "brindam" à hora de jantar (e nos outros horários também).
Com certeza, com base nessa observação, alguns já provavelmente chegaram a esta conclusão: É mesmo preciso três noticiários???
Já aconteceu certamente alguém estar a ouvir determinada história que por alguma razão não lhe interessa. Aí deve pensar: "Deixa cá ver o que está a dar nos outros, porque apetece-me ver outra coisa".
O espectador avança decidido para o comando, carrega no botãozinho e... surpresa (ou não)... no outro canal estão a dar exactamente a mesma coisa, à mesma hora.
O mesmo directo (que as tv's tanto adoram para nos mostrarem que estão em cima do acontecimento), que a única coisa que tem diferente dos outros é o tempo que dura, as mesmas entrevistas com os mesmos protagonistas, os mesmos resumos sobre os mesmos assuntos... tudo igual. Parece que estamos a ver fotocópias uns dos outros. Às vezes quando um jornalista de um canal está a falar, até vemos ao pé dele, um qualquer jornalista de outro canal a dizer o mesmo.
Já agora, uma pequena observação: É preciso mesmo meter um repórter no meio da neve para acreditarmos que está mesmo frio?
Regressando ao assunto desta crónica, já devem ter reparado que este tipo de situações tem mais relevância quando dão as chamadas "grandes histórias" que "apaixonam a opinião pública" / "chocam o país" / "são polémicas" (riscar o que não interessa).
Parece-me um desperdício de recursos. E já que vivemos na famosa "crise" que tanto é apregoada, aqui fica a sugestão do neurónio: Porque não criarem os três, um canal, e rodam as histórias pelos diferentes jornalistas? Sempre era mais criativo e económico.
Enquanto ninguém segue esta minha ideia, vou fazendo o que tenho feito até hoje, sempre que me deparo com essa situação: Mudo de canal e vejo uma série televisiva, que sempre distrai mais.
Deixem as notícias 1 em 3, por favor.
O neurónio, e com certeza mais pessoas, agradecem.
RMS
Comentários
Um canal é público e tem obrigação de transmitir as noticias com imparcialidade, os restantes canais são privados, programas e conteúdos, num país democrático e liberdade de expressão, ficam ao critério dos mesmo canais. Tudo passa pelo o que espectador quer ver, se não quiser ver, também não é obrigado. Podiamos dizer que quando um canal está transmitir uma telenovela o outro canal também está...
A televisão pública tem a obrigação de se destacar pelos conteúdos, se não o faz, já está em causa outra coisa!
Mas voltando à sua temática, enquanto houver espectadores no horário nobre a ver a desgraça alheia, nada muda, só se for para o futebol... Espero que não tenha um pensamento igual a um presidente lá da América do Sul. Os canais privados devem fazer o que acham bom para garantir a sustentabilidade do canal, se não gosta e como diz o povão, põe na "borda do prato".
Vejo, pelo seu comentário, que não consegui passar bem a minha mensagem. Por isso aproveito este "tempo de antena" para o fazer:
Concorrência implica produtos que tenham uma vantagem em relação ao seu concorrente. Onde está a vantagem em termos noticias "fotocópia" nos três canais? (Mesma hora, mesmo assunto, mesmo "directo", etc) Em relação à parte das telenovelas, se estivessem a transmitir o mesmo episódio da mesma novela à mesma hora nos três canais, isso também seria concorrência? Ao menos aí há novelas diferentes, apesar das histórias-base serem sempre as mesmas... mas isso já é outra conversa.
Para concluir, o neurónio não pensa como esse suposto presidente sul-americano. Podem dar, e devem, as notícias que quiserem, mas gostava era de não ser "obrigado" a levar com o relato de uma noticia exactamente da mesma maneira nos vários canais, na mesma hora.