Vamos beber um copo?
Quantas vezes não terá sido dita esta frase entre grupos de amigos que saem à noite?
O titulo poderia ser uma frase proferida por qualquer pessoa que saia à noite. Estar com uns amigos, beber uns copos, e em alguns casos, beber até "cair para o lado".
Nada de novo, não é? Comportamentos e atitudes que podem agradar a uns e não ser da preferência de outros. Cada um que se divirta como quer.
Mas o que a crónica de hoje foca, é um outro aspecto (mais ou menos) novo: Há uns dias, o neurónio no conforto do seu lar, assistiu a um programa de televisão em que falava destas saídas nocturnas, associadas ao elevado consumo de alcool. Mas o tópico principal da história era a faixa etária dos jovens que saem à noite. São cada vez mais novos, chegando mesmo aos 11 / 12 anos.
Ora, o neurónio não quer vir para aqui armado em moralizador da sociedade, mas pode deixar aqui registada a sua opinião pessoal:
"Pitinhos" (rapazes e raparigas) com 11 ou 12 anos sairem até ás 6 da manhã e a "emborcar" bebidas de elevado conteúdo alcoolico até à exaustão (Sim, porque cerveja e vinhos são para os "fracos". O que está a dar são "shots" e as chamadas "bebidas brancas") não me parece a melhor maneira de crescer, quer fisicamente, quer psicologicamente.
Dizem que o elevado consumo de alcool pode destruir neurónios, mas acho que em alguns destes jovens, já "foram todos à vida", mesmo antes de começarem a beber, pois na sua mente simples quem não se embebedar e vomitar tudo, não é "cool". Por isso, para serem aceites pelo grupo de amigos, lá vão eles beber o que encontrarem pela frente, mesmo que isso signifique pagarem pelo conteúdo de um copo o equivalente se calhar a uma ou mais garrafas num qualquer supermercado.
Mas embora ache que no dia em que foi distribuida a inteligência, estes jovens estavam ausentes, a culpa destas suas atitudes não é 100% sua. Os bares vendem a qualquer um que lhes mostre o dinheiro, por ex. E já se sabe como é a fiscalização neste país. E mesmo que sejam fiscalizados, e paguem multas, compensa sempre financeiramente. Por isso estamos perante um caso em que o "crime compensa".
Mas para mim, a maior parte da culpa desta situação, são os responsáveis por estes miudos e miudas: Os pais. Onde é que eles andam? Que pai deixa um filho de 11 anos sair até ás 6 da manhã sabe-se lá por onde?
E ainda temos o aspecto financeiro da questão: Ou seja, uma saída nocturna não fica exactamente por 5 euros. Fica muito mais cara do que isso. E como não estou a ver estes "jovens" trabalharem tão precocemente, para obterem dinheiro, este só pode vir de um lado (leia-se, "Pai ou mãe").
Não sei, posso ser antiquado, posso ser "quadrado", ou o que quiserem... Mas não me parece a melhor atitude a tomar em relação aos filhos, deixá-los por aí fora ainda sem idade para saberem o que lhes pode fazer mal ou não.
Se calhar há pais que até nem se importam, e que vêm nisso uma oportunidade de se "livrarem" dos miudos durante umas horas, para eles não lhes chatearem a cabeça. Ou então simplesmente acreditam ingenuamente que eles vão "estudar". Ou então, como era referido por um humorista brasileiro aqui há uns bons anos: "Tem pai que é cego". Ou outros se calhar, não querem mesmo ver.
Estes mesmos pais que permitem estas liberdades, geralmente são depois aqueles que, uns anos mais tarde, quando os problemas acontecem, dizem: "Onde é que errámos"?
Não digo para mantermos os miudos dentro de um casulo até aos 18 anos, claro. Há que lhes mostrar o mundo "exterior", mas também não me parece que este seja o melhor caminho.
Estarei errado? Até posso estar. Afinal de contas não digo que sou dono da verdade absoluta, mas fica aqui registada uma opinião.
Venham mais... opiniões.
RMS
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